Confiança - o pilar dos pilares

05/04/2012 15:26

Confiança - o pilar dos pilares

Pessoas e empresas, por descuido, acomodação ou má fé, às vezes ignoram o risco e as consequências de perderem a confiança de seus clientes, amigos, namorados, esposas, fornecedores, funcionários, chefes e quem quer mais seja

Marcelo Veras

A confiança é a base de tudo. Das amizades às relações profissionais. Dos relacionamentos afetivos aos relacionamentos entre clientes e fornecedores. Tudo se constrói a partir dela e nada resiste à sua falta. Até as crises financeiras, como a recente de 2008, têm mais a ver com crise de confiança do que com falta de recursos ou fatores meramente econômicos. No fundo, tudo o que fazemos é fruto de uma motivação baseada na confiança. Trabalhamos muito e nos dedicamos a uma empresa porque acreditamos que ela merece a nossa confiança, que nos dará a devida recompensa e não nos trairá. Compartilhamos a vida com uma pessoa porque acreditamos que ela merece e que, inclusive, faria o mesmo por nós. Entregamos um projeto importante a uma pessoa porque confiamos que ela vai cuidar dele como nós mesmos cuidaríamos. Contamos algo importante a um amigo porque temos a confiança de que manterá o segredo ou que nos ajudará na questão. Deixamos o nosso dinheiro em um banco porque confiamos que é sólido e que não vai quebrar. Compramos um alimento de uma marca porque confiamos que foi feito com qualidade e que não nos fará mal. E por aí vai. A confiança é o amálgama fundamental da grande maioria das nossas ações e relações.

Mas (sempre existe um “mas”), este ativo nem sempre é administrado por quem o tem com o cuidado que merece. Pessoas e empresas, por descuido, acomodação ou má fé, às vezes ignoram o risco e as consequências de perderem a confiança de seus clientes, amigos, namorados, esposas, fornecedores, funcionários, chefes e quem quer mais seja. Às vezes, nem sequer se dão conta de que estão perdendo este valioso ativo e só descobrem quando a taça de cristal caiu no chão. Aí, só resta sentar e chorar.

A fronteira entre confiar e não confiar é da largura de um fio de cabelo. Um simples deslize leva o ponteiro de 100 a 0. Não sei se você já parou para pensar nisso, mas esta simples palavra tem o poder de levar uma relação, de qualquer gênero, do céu ao inferno em minutos. Bastar perder a confiança que vai tudo pro ralo. A motivação, a vontade, o tesão, o comprometimento, a doação… tudo. Não sobra nada. E, para a maioria das pessoas, é um caminho sem volta.

Um dia, anos atrás, voltei de uma viagem de férias e encarei duas decisões tomadas na empresa onde trabalhava, que me fizeram perder totalmente a confiança no meu chefe. Foi um horror! Eu não conseguia dar mais nada por aquele projeto. Saí em menos de um mês. Parecia que tudo aquilo não fazia mais sentido.

Acho que todo mundo deve ter uma história de perda de confiança em alguém ou em algo. A sensação é tão boa quanto a de uma fratura exposta na alma. Entendo bem que ninguém é perfeito e que todos erram. Também considero a capacidade de perdoar como, sem dúvidas, uma das melhores qualidades humanas. Eu queria ter nascido com este dom. Mas, como não sei se fui premiado, gostaria muito que duas coisas acontecessem com mais frequência. Primeiro, que as pessoas cuidassem melhor deste ativo chamado confiança, sendo, portanto, ao menos com aqueles que os cercam, mais cuidadosas ao lidar com os sentimentos alheios. Nada muito complexo, apenas sendo coerente com as suas palavras e com o que prometem. Segundo, que quando a confiança fosse abalada, houvesse uma forma de recuperá-la, porque é uma pena que relações que ainda poderiam ir mais longe virem pó, do dia para a noite, por causa de um erro cometido e pelo perdão não concedido. Confesso que não sei se esta fórmula existe, mas eu compraria e pagaria caro por ela.

Se você é chefe, amigo, namorado, esposo… cuide da sua imagem e da confiança que outros têm em você como se cuida de uma taça de cristal. Porque se cair no chão, já era.

Fonte: Revista Incorporativa As matérias aqui apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela mesma.